Tenho que confessar que andei a noite toda a perguntar aos que me rodeiam qual tinha sido o resultado, porque me estava a custar a acreditar. Não pela capacidade que podíamos ter ou não de vencer o Benfica, mas porque finalmente demos um pontapé na crise. Porque finalmente jogamos melhor frente a um grande e ganhamos. Porque finalmente fomos buscar pontos que merecíamos onde os merecíamos. Porque viramos um jogo após termos tudo para levar uma goleada. Porque um árbitro após muitas asneiras nos deu o mínimo de condições para ganhar.
O Rio Ave entrou muito bem em campo, jogou mais durante todo o jogo e só esteve a perder porque o Benfica teve de facto um momento muito bom de Salvio que rasgou por completo a nossa defesa. De resto dominamos sempre. Controlamos a posse de bola, marcamos um Golo de imediato, mas foi bem anulado. Só não fizemos mais na primeira parte porque houve 5 paragens no jogo, duas lesões do Rio Ave que levaram a substituições, uma avaria do equipamento do árbitro e duas "lesões" do Benfica que só serviram para queimar tempo.
O Benfica não fez tudo o que sabia para ganhar e a dada altura só se preocupou em segurar o resultado, porque percebeu que do outro lado estava uma equipa que não tinha desistido, que queria mais, que queria e eles sentiram que podia vencer o Benfica.
Chegamos ao empate de penalti, uma mão num livre de uma falta muito discutível. Aquela foi talvez a menor falta das 4 que Ukra sofreu naquela longa posse de bola. Após esse momento o Benfica percebeu que tinha que fazer mais e fez, mas do outro lado estava o Rio Ave que soube aguentar a primeira pressão, perceber que o ponto era importante e com tempo conseguiu mandar o Benfica mais para trás, disputar o jogo cara a cara e marcar o Golo da vitória por Del Valle, no seu movimento típico, mas bem executado.
Uma palavra para Pedro Martins que também teve o seu papel na mentalidade que a equipa levou para o campo. Um Rio Ave forte, personalizado, confiante, a falhar poucos passes e que após entrar com uma estratégia menos boa, conseguiu acertar e desfazer a defesa adversária.
Homem do Jogo: Del Valle
Escolho Del Valle porque os remorsos me atacam neste momento. O Del Valle que chegou a Vila do Conde prometia ser fantástico, mas com o tempo não passou de um jogador capaz de fazer grandes coisas, mas incapaz de jogar em equipa e que se tornava constantemente um jogador a menos. Neste momento dou a mão à palmatória, porque Del Valle levou, como nos últimos tempos, a equipa para a frente, rematou e rematou e voltou a rematar e tal como em Penafiel voltou a marcar.
Quanto à restante equipa, na baliza Ederson pareceu-me muito seguro. O seu único mau momento terá sido no Golo sofrido, onde foi lento a dobrar os centrai. Mais tarde, ainda que a tempo, percebeu que o seu forte pontapé seria uma grande arma contra o Benfica. É preciso insistir mais nestes lances, para baralhar e tirar proveito da confusão criada nos adversários.
Na defesa, os 5 elementos, Lionn, Vilas Boas, Marcelo, Prince e Tiago Pinto (principalmente o último) estiveram imperiais já que o Benfica teve muitas dificuldades em entrar na nossa área e quando o fez foi bem anulado e sem recurso a faltas.
No meio campo a batalha foi ganha, primeiro num jogo mais trabalhador de Wakaso, P. Moreira e Tarantini e depois com Diego a conseguir adiantar-se mais no terreno para servir e pautar o ataque do Rio Ave.
No ataque Hassan não conseguiu mostrar muito, mas por sua vez, Marvin, Ukra e Del Valle desmontaram toda a linha defensiva do adversário e acabaram por conseguir virar o resultado. Não o fizeram sozinhos, mas foram muito importantes, quanto mais não seja para valorizar o trabalho dos restantes colegas.
E como recordar é viver, aqui ficam as imagens de um grande jogo do Rio Ave. A prova de que a qualidade, a vontade de vencer, o acreditar e o nunca baixar os braços podem levar os jogadores à glória.
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