Estes últimos incidentes que envolveram a federação aliados ao último jogo da Selecção Nacional A só me deixam pensar que não temos na nossa federação alguém que pense o futebol de forma estruturada. O futebol ou qualquer outra coisa.
Sobre o caso do Campeonato Nacional de Iniciados já está praticamente tudo dito, mas ao longo desta época, vários foram e são os casos que podemos somar.
1 No início desta época tivemos o caso do Boavista. Caso que volta á baila com a FPF a anular a decisão tomada pela LPFP. Em causa estava o impedimento levantado ao Boavista por causa de salários em atraso, que impedia os mesmos de inscrever jogadores. Ou seja, neste momento, os jogadores inscritos pelo Boavista estão "ilegais"
2 Depois graças ao Rio Ave e outras equipas que participaram em competições europeias levantou-se o caso das 48 e 72 horas, o aproveitamento de alguns clubes e o prejuízo ao desempenho dos maiores clubes do país na época anterior.
3 Em seguida rebentou a bolha da LPFP, com o afastamento final daquele que tinha a intenção de modificar o nosso futebol e de tentar equilibrar os pratos da balança, tentando projectar as nossas competições nacionais para um patamar mais elevado, quer na competitividade interna, quer na competitividade com as outras ligas, tentando tornar as nossas mais apelativas.
4 Já neste ano civil rebentaram as questões das tarjas, dos elementos pirotécnico, do mau comportamento nas bancadas e nem por haver ameaças/sugestões de morte nos campos nacionais a FPF quis fazer ou obrigar o futebol português a fazer algo.
Aqui, tal como no caso anterior, a FPF agiu qual bom diplomata que visita um ambiente hostil, sorrindo e acenado, fazendo ouvidos moucos afastando-se o mais possível das questões fracturantes.
Agora viramos o foco para a Selecção Nacional, essa que gastou todos os recursos da federação na defesa ao nosso Seleccionador Fernando Santos (defesa que merecia já que o castigo era absurdo). Entretanto no mundo das selecções conseguimos recuperar algumas coisas importantes, como a presença no Europeu sub 21, sub 19 , Mundial sub 20, mas também acabamos de falhar o Europeu sub 17.
Mas ontem acho que conseguimos atingir o cúmulo das coisas mal feitas.
1 Jogo de Solidariedade - Num dos campos mais pequenos de Portugal, dentro daqueles que têm requisitos mínimos para receber a Selecção. Se a receita revertia para Cabo Verde não devíamos ter o máximo de lugares possíveis para vender?
2 Jogamos contra uma equipa que em Janeiro se juntou para estagiar e preparar a CAN (o "Campeonato da Europa" do seu continente) e jogamos com jogadores que estavam juntos há 2/3 dias.
3 No fim não jogaram metade das caras novas que foram convocadas. Se F. Santos queria ver o Tiago Pinto a treinar por exemplo, vinha mais vezes, como já veio, assistir aos nossos treinos.
4 Em vez de aproveitar a 3ª linha da Selecção para apertar os calos à 2ª linha, dando-lhes minutos e mostrando aos habituais suplentes que se aplicam, ou até isso deixam de ser, fez exactamente o oposto e deu mais oportunidades a alguns que até já desperdiçaram as que tiveram (no centro do ataque sobretudo)
5 Em vez de manter o "novo" esquema/ideia de jogo para ver se algum daqueles jogadores podia ser uma melhor alternativa aos que lá estavam, inventou uma maneira de jogarem todos os que já tinham estatuto.
6 Para finalizar destaco aquilo que não foi feito e podia ter valorizado o futebol nacional. Estavam presentes 11 jogadores de 8 clubes á procura da primeira internacionalização. Podiam ter sido 11 jogadores com mais valor no mercado e 8 equipas portuguesas com jogadores mais valorizados nos seus planteis.
Eis uma federação que tem sido muito mais eficiente no "Vamos jogar á bola" do que no "Vamos jogar futebol"
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